“A IA amplifica a humanidade, não a substitui"

  • 15/09/2025
(Foto: Reprodução)
Com um currículo que o posiciona na vanguarda da inteligência artificial, o Dr. Juan Pablo Boeira, Pós-Doutor em IA e PhD em Inovação e IA, com formações em Harvard e MIT, é uma voz indispensável no cenário tecnológico global. Reconhecido por quatro vezes como Profissional de Inovação do Ano no Brasil, Personalidade do Ano de IA e o primeiro Top Voice AI do LinkedIn no país, sua expertise é chancelada por mais de 60 prêmios e reconhecimentos internacionais. Para aqueles interessados em aprofundar seus conhecimentos, o Dr. Juan Pablo Boeira (PhD) estará presente na 6ª edição da Expo Indústria Maranhão no dia 5 de outubro, para a palestra "Acorde para a IA: O futuro não perdoa os despreparados!". Nesta entrevista, mergulharemos nas percepções de um dos maiores especialistas em IA do Brasil, desvendando as complexidades e o futuro de uma tecnologia que redefine nossa realidade. A IA amplifica a humanidade, não a substitui (Dr.-Juan-Pablo-Boeira-_PhD) Divulgação/Sistema FIEMA No senso comum, falamos em IA. Na prática, sabemos que são muitas inteligências artificiais, no plural. O que mudou nos últimos anos nesse campo, já que a IA não é algo novo? Dr. Juan Pablo Boeira - É uma observação muito precisa. O termo "Inteligência Artificial" no singular, como usado no senso comum, de fato mascara uma realidade muito mais complexa e diversa. Na prática, lidamos com um espectro de 39 "inteligências artificiais" especializadas. A IA não é um conceito novo; suas raízes remontam à década de 1950 com pioneiros como Alan Turing e John McCarthy. O que mudou drasticamente nos últimos anos, especialmente desde 2012, não foi a ideia fundamental, mas a convergência de três fatores que catalisaram uma revolução: o aumento exponencial do poder computacional, com a disponibilidade de hardware especializado como as GPUs; a digitalização massiva que gerou o Big Data, o "alimento" essencial para treinar os modelos; e os avanços em algoritmos, como o desenvolvimento de novas arquiteturas de redes neurais, como os Transformers, que permitiram que as máquinas compreendessem o contexto e as nuances da linguagem humana de uma forma muito mais sofisticada. Portanto, saímos de uma era de IA simbólica para uma era de aprendizado de máquina, onde as máquinas aprendem diretamente a partir dos dados. As três grandes viradas recentes foram os modelos fundacionais multimodais, a arquitetura de agentes e agentics em modelo MCP e a comoditização da IA, que passou de P&D para uma plataforma de negócio. Fala-se muito que estamos na era da Indústria 4.0. Você, por outro lado, é taxativo em dizer que vivemos a revolução tridimensional. Pode nos explicar esse conceito e as implicações para as empresas? Dr. Juan Pablo Boeira - Na realidade, já evoluímos faz algum tempo já da Indústria 4.0 para o que eu chamo de Revolução Tridimensional, que é a união da Revolução Tecnológica, com a Revolução Social e a Revolução da Informação. Se olharmos somente para o conceito de Indústria 4.0, acaba sendo uma visão limitada. Na Revolução Tridimensional, estamos vivenciando um paradigma que redefine a interação entre os mundos físico, digital e biológico. Essa revolução se apoia em três vetores que avançam juntos e se potencializam: Inteligência (39 tipos de IA), Autonomia (robótica, visão computacional, IoT) e Energia/ESG (descarbonização, eficiência). A abordagem, que desenvolvi em minha tese do Doutorado, "O design na era dos algoritmos", integra Tecnologia, Design Estratégico e Inovação Ética. As implicações para as empresas são profundas: não se trata mais apenas de otimizar uma linha de produção, mas de criar ecossistemas inteiros onde um produto é projetado no mundo digital, fabricado por robôs no mundo físico e, potencialmente, integrado ao nosso corpo no mundo biológico. Empresas que não pensarem de forma tridimensional correrão o risco de se tornarem obsoletas, pois seus concorrentes criarão valor em uma escala e escopo completamente novos. A implementação dessa abordagem pode elevar a produtividade em até 40%. Para muito além da IA estreita que conhecemos hoje, você fala da IA Geral e da Superinteligência, capaz de fazer qualquer coisa melhor do que qualquer ser humano. O que tem de ficção científica nessa afirmação? Se essa tese se confirmar, qual papel restará para nós meros mortais? Dr. Juan Pablo Boeira - Primeiramente, é importante ressaltar que não se trata de ficção científica, Mas sim, uma projeção baseada em tendências reais. A IA Geral (AGI) é um sistema que pode realizar qualquer tarefa intelectual humana, enquanto a Superinteligência (ASI) supera os humanos em todos os aspectos. Pesquisadores como Nick Bostrom e Ray Kurzweil discutem isso há anos, e com os avanços recentes, estamos mais perto do que nunca. A ficção está no timing. Quando a minha tese se confirmar, nosso papel mudará de "executores" para "diretores", "curadores", "éticos" e "criadores de propósito". Nossa função não será mais competir com a IA em tarefas de produtividade, mas sim definir os objetivos, fazer as perguntas certas, gerenciar sistemas complexos e focar no que nos torna unicamente humanos: empatia, liderança, colaboração, arte e governança. O desafio para nós, "meros mortais", é guiar essa evolução. Eu defendo que a IA amplifique a humanidade, não a substitua. Mais especificamente, como profissionais e empresas devem se preparar para os próximos dois anos? Quais profissões vão desaparecer e quais serão criadas? As empresas brasileiras estão em qual nível de adoção da IA? Conseguem extrair valor dessa tecnologia ou ainda estão no ChatGPT? Dr. Juan Pablo Boeira - Para os próximos dois anos, a preparação deve ser imediata. Profissionais devem adotar a tríade: negócio (KPI) → processo (SIPOC) → agente (IA+ferramentas) e aprender a usar a IA como uma ferramenta, desenvolvendo habilidades em prompting, design de fluxos e avaliação de resultados. Tarefas repetitivas como entrada de dados, atendimento roteirizado e análise descritiva básica estão em risco. Novas profissões como Engenheiro de Prompt, AI Product Manager, AI Auditor e Designer de Processos com IA estão surgindo. No Brasil, o nível de adoção é heterogêneo. Temos ilhas de excelência nos setores financeiro e de agronegócio. No entanto, um estudo que liderei e foi destacado na EXAME mostra que 70% das empresas brasileiras usam IA básica como o ChatGPT para tarefas simples, e apenas 20% extraem valor estratégico. O grande desafio é ir além do "teatro da inovação" e integrar a IA nos processos centrais do negócio, medindo o ROAI (Return on AI) e investindo em dados próprios e parcerias com startups. Você afirmou em uma entrevista que ‘estamos ensinando as máquinas de forma errada’. Na sua opinião, quais são os principais gaps nas políticas públicas brasileiras para fomentar e regular o uso seguro e ético da IA? Dr. Juan Pablo Boeira - Sim, afirmei isso porque estamos tratando IAs como "caixas pretas", treinadas com dados massivos sem foco em eficiência e ética, o que amplifica nossos vieses e preconceitos. No Brasil, as políticas públicas enfrentam desafios significativos. Há um foco excessivo na regulação e pouco no fomento. Precisamos de mais investimento em pesquisa, infraestrutura e talentos. Falta uma Estratégia Nacional Coesa e um investimento massivo em educação para desenvolver o pensamento computacional desde o ensino fundamental e não ficarmos reféns dos “Gurus do Instagram” que prestam um desserviço para a humanidade pensando única e exclusivamente em “caçar likes” e engajamento, em vez de orientar corretamente. Pois infelizmente, a grande maioria começou a estudar IA “ontem no Hype” do lançamento do ChatGPT 3,5 em 2022 e não tem base sólida real para trazer a público o que é relevante sobre IA. Em relação a regulação, deve ser baseada em riscos, e precisamos de um Marco Legal da IA específico, inspirado na UE, para combater deepfakes e discriminação algorítmica. Venho sugerindo a criação de um fundo nacional de IA ética, a adoção de diretrizes de governança alinhadas à ISO/IEC 42001 e a implementação de sandboxes regulatórios setoriais. Sem isso, o Brasil perde a soberania digital. Por fim, quais as suas expectativas para participar da 6ª edição da Expo Indústria Maranhão e o que o público pode esperar da sua palestra intitulada “Acorde para a IA: O futuro não perdoa os despreparados!”? Dr. Juan Pablo Boeira -Minhas expectativas para a 6ª edição da Expo Indústria Maranhão, de 2 a 5 de outubro de 2025, em São Luís, são as melhores possíveis. Eventos como este são vitais para descentralizar a discussão sobre tecnologia e inovação. O público da minha palestra, “Acorde para a IA: O futuro não perdoa os despreparados!”, pode esperar uma mensagem direta, provocativa e prática. Vou entregar método, casos reais e ferramentas acionáveis. Abordarei o senso de urgência, o mapa da mina para aplicar a IA nos negócios do Maranhão e do Brasil, e um kit de sobrevivência com as habilidades necessárias para prosperar. Meu objetivo é que cada participante saia com um plano claro e a energia para começar a construir o futuro imediatamente. Quem aplicar o playbook na semana seguinte já enxergará ganho. Venham preparados para acordar para essa revolução!

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/especial-publicitario/federacao-das-industrias-do-estado-do-maranhao-expo-industria-2025/noticia/2025/09/15/a-ia-amplifica-a-humanidade-nao-a-substitui.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 10

top1
1. Deus Proverá

Gabriela Gomes

top2
2. Algo Novo

Kemuel, Lukas Agustinho

top3
3. Aquieta Minh'alma

Ministério Zoe

top4
4. A Casa É Sua

Casa Worship

top5
5. Ninguém explica Deus

Preto No Branco

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes